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Inflação segue disseminada e mercado de trabalho continua surpreendendo, aponta Galípolo

Presidente do BC disse que todos os membros do Copom estão "bastante incomodados" com a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo (Foto: REUTERS/Adriano Machado/foto de arquivo)
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Reuters - A inflação no Brasil segue acima da meta e persiste disseminada em diversos itens, em um cenário de mercado de trabalho aquecido e que continua surpreendendo, apontou nesta quarta-feira o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Galípolo reafirmou que todos os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) estão "bastante incomodados" com a desancoragem das expectativas de mercado para a inflação, enfatizando que o BC persegue o centro da meta de inflação, de 3%.

"Tenho visto que a maior parte das críticas à elevada taxa de juros, de 15%, muitas vezes está associada a uma sugestão, vamos dizer assim, de que não se deveria cumprir a meta", disse.

"Não é uma sugestão, a meta decorre de um decreto, a meta é 3%. A meta não é 3% com 1,5 ponto (de tolerância) para cima e 1,5 ponto para baixo no sentido de que eu posso perseguir a meta de maneira leniente."

O BC elevou a Selic em 0,25 ponto percentual em junho, para 15% ao ano, já sinalizando que o ciclo de alta será interrompido no próximo encontro de política monetária, no fim deste mês, e prescrevendo a manutenção da taxa nesse patamar por período bastante prolongado.

Galípolo argumentou que a inflação do país não é pontual, com 72,5% dos itens que compõem o IPCA permanecendo acima da meta, o que é considerado bastante disseminado.

O presidente do BC ressaltou que a economia vem crescendo de maneira robusta, mesmo retirando da conta o agronegócio, que deve apresentar neste ano mais uma safra recorde.

Na apresentação, Galípolo ainda afirmou que dados de inflação corroboram a ideia de que a taxa básica de juros não estava em patamar suficientemente contracionista ao longo de 2024 para se alcançar a meta, o que demandou novas altas de juros.

O ciclo de alta da Selic foi retomado pelo BC em setembro do ano passado, levando a taxa de 10,50% a 15%, maior nível em duas décadas.

As projeções mais recentes do mercado apontam para uma inflação de 5,18% este ano e de 4,50% em 2026, segundo o relatório Focus do BC.

O presidente do BC ainda afirmou que o aumento da taxa Selic elevou o carry do real --rentabilidade de investidor estrangeiro por carregar a moeda--, ressaltando que a moeda brasileira valorizou mais do que seus pares em 2025.

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