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Ibovespa tem melhor primeiro semestre desde 2016 com alta de 15%

Ações dos setores de educação, supermercados, construção civil e turismo lideram ganhos. Dólar cai mais de 12% e atrai capital estrangeiro para a Bolsa

Sede da B3 (Foto: Amanda Perobelli / Reuters)
Guilherme Levorato avatar
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247 - O Ibovespa encerrou o primeiro semestre de 2025 com valorização de 15,44%, atingindo 138.854 pontos, no que foi seu melhor desempenho para o período desde 2016. A informação é da consultoria Elyas Ayta, em levantamento divulgado pelo jornal O Globo. A recuperação da Bolsa brasileira surpreendeu o mercado após um final turbulento em 2024, quando o índice havia recuado abaixo dos 120 mil pontos, o dólar ultrapassou R$ 6,26 e os juros projetavam uma Selic de 17% ao ano.

Agora, apenas seis meses depois, o cenário se inverteu: a moeda americana desvalorizou 12,08% no período, fechando junho cotada a R$ 5,433. Ao mesmo tempo, os contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em dezembro de 2025 precificam uma taxa de juros de 14,93%, abaixo das projeções do final do ano anterior.

Destaques de alta e setores em ascensão - Entre os papéis que mais se valorizaram no primeiro semestre, o destaque absoluto foi a Cogna (COGN3), do setor de educação, com alta de 162,9%. A lista segue com Assaí (ASAI3), que subiu 99,16%; Yduqs (YDUQ3), também da área educacional, com 96,94%; Direcional (DIRR3), do setor de construção, com 75,85%; e CVC (CVCB3), ligada ao turismo, com valorização de 70,29%.

Além dos setores educacional e de consumo, ações de bancos e de energia elétrica também mostraram desempenho positivo no semestre. Por outro lado, gigantes como Petrobras e Vale registraram perdas: os papéis ordinários da estatal caíram 15,8%, enquanto os da mineradora recuaram 2,95%.

Maiores quedas e incertezas no horizonte - Entre os piores desempenhos da Bolsa, destacaram-se as ações ordinárias da RD Saúde, com recuo de 30,9%; Brava Energia, com -25,94%; e São Martinho, do setor sucroalcooleiro, que teve queda de 24,42%.

Fatores externos e fluxo de capital estrangeiro - A entrada de recursos internacionais também ajudou a impulsionar a Bolsa. De acordo com a B3, entre janeiro e 25 de junho, o fluxo de capital estrangeiro somou R$ 25,2 bilhões. A conjuntura internacional contribuiu diretamente para essa movimentação.

Segundo Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, a instabilidade provocada pelas políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nos primeiros meses do ano, ampliou as incertezas sobre a dívida pública americana. Isso afetou a confiança de investidores nos ativos do país, levando à fuga de capitais. “Se tem uma coisa que o investidor preza é previsibilidade”, afirma Aral.

Ao mesmo tempo, o diferencial de juros entre o Brasil e outras economias atraiu recursos. A taxa Selic saltou de 12,25% em janeiro para 15% ao fim do semestre, tornando os ativos brasileiros mais atrativos para investidores estrangeiros. 

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