Dólar atinge a menor cotação em pouco mais de um ano
O desempenho da moeda teve influência de estatísticas sobre emprego nos EUA e por fluxo de entrada de recursos para investimentos em portfólio no Brasil
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a quinta-feira com leve baixa ante o real, suficiente para atingir a menor cotação em pouco mais de um ano, com a moeda norte-americana sendo influenciada de um lado por dados positivos de emprego nos Estados Unidos e de outro por fluxo de entrada de recursos para investimentos em portfólio no Brasil.
O dólar à vista fechou em baixa de 0,27%, aos R$5,4047, na menor cotação desde 24 de junho de 2024, quando encerrou aos R$5,3904. No ano, a divisa acumula baixa de 12,53%.
Às 17h04, na B3, o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil -- cedia 0,39%, aos R$5,4410.
Pela manhã, o dólar chegou a se aproximar dos R$5,50, impulsionado pelo relatório de emprego payroll nos EUA, divulgado às 9h30.
O documento mostrou que a economia dos EUA abriu 147.000 postos de trabalho fora do setor agrícola em junho, após a criação de 144.000 vagas em maio, em dado revisado para cima. O resultado de junho ficou bem acima da projeção mediana dos economistas consultados pela Reuters, de criação de 110.000 vagas.
Em reação, os rendimentos dos Treasuries avançaram e o dólar ganhou força ante diversas divisas ao redor do mundo. No Brasil, a divisa à vista marcou a cotação máxima de R$5,4485 (+0,54%) às 9h51, já após o payroll.
“Depois disso vimos um fluxo de estrangeiros, principalmente para a bolsa. Então o dólar subiu com o payroll, mas caiu com o fluxo, ficando praticamente no zero a zero”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. No fim do dia, o sinal negativo prevaleceu.
Nas sessões mais recentes, ainda que o noticiário externo tenha fornecido motivos para a alta do dólar em alguns momentos, a divisa no Brasil tem se mantido estável em função do diferencial de juros, conforme profissionais ouvidos pela Reuters nos últimos dias.
Com a taxa básica Selic em 15% e a perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos no curto prazo -- ainda que não em julho --, o diferencial de juros é um fator favorável para a atração de dólares ao Brasil.
No exterior, o dólar seguia em alta ante seus pares fortes no fim da tarde, na esteira do payroll. Às 17h12, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,45%, a 97,188.
Pela manhã, em sua operação diária de rolagem, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional.
(Edição de Isabel Versiani e Pedro Fon)
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