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China evita petróleo dos EUA por três meses e provoca queda nas exportações

Interrupção nas compras é a mais longa desde 2018 e aprofunda crise para produtores de xisto, que já enfrentam preços baixos e estoques elevados

Campo de petróleo da Bacia Permiana, nos arredores de Odessa, Texas, EUA 18/02/2025 (Foto: REUTERS/Eli Hartman)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - Pelo terceiro mês consecutivo, a China não comprou petróleo bruto dos Estados Unidos, marcando o mais longo período de interrupção desde 2018. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (3) com base em dados do Censo norte-americano. 

A ausência de compras chinesas se repetiu em março, abril e maio, num cenário de tensão comercial entre as duas maiores economias do planeta, o que contribuiu para derrubar as exportações norte-americanas de petróleo ao menor patamar em mais de dois anos.

A retração da demanda chinesa representa um novo revés para os produtores de xisto dos EUA, cuja sustentabilidade financeira depende em parte das vendas externas. Sem os embarques para o gigante asiático, os estoques domésticos correm o risco de se acumular, pressionando ainda mais os preços do barril — que já vinham sendo negociados abaixo de US$ 70, com o recuo das tensões geopolíticas e discussões na OPEP+ sobre retomada da produção.

Segundo o levantamento oficial, o volume exportado de petróleo bruto dos EUA ao exterior desabou com a saída da China do mercado, refletindo diretamente no desempenho do setor energético norte-americano.

Tarifas e impasse comercial

Embora as tensões comerciais entre Washington e Pequim tenham arrefecido em parte nos últimos meses, o conflito ainda não foi inteiramente resolvido. Durante o governo Trump, os EUA impuseram tarifas a diversos países, incluindo a China, como parte de sua estratégia de correção de desequilíbrios na balança comercial. Hoje, os produtos chineses continuam sujeitos a uma carga tarifária média de aproximadamente 55%.

A persistente suspensão das compras chinesas de petróleo norte-americano indica que, apesar de algum relaxamento retórico, os entraves estruturais entre os dois países seguem sem solução definitiva.

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