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CEO do JPMorgan alerta para complacência dos mercados com tarifas de Trump e prevê alta nos juros nos EUA

Jamie Dimon diz que Europa enfrenta crise de competitividade e que Fed pode subir juros, apesar da pressão de Trump por cortes

O CEO da Morgan, Jamie Dimon, observa durante a inauguração da nova sede francesa do banco JP Morgan em Paris, França, em 29 de junho de 2021 (Foto: Michel Euler/Pool via REUTERS)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - Durante evento realizado em Dublin ao lado do vice-primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, o CEO do JPMorgan Chase & Co., Jamie Dimon, fez duras advertências sobre a reação dos mercados à política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito para seu segundo mandato em 2025. 

Segundo Dimon, os agentes econômicos estão sendo lenientes com os riscos embutidos nas tarifas planejadas por Trump. “Infelizmente, acho que há complacência nos mercados” em relação às novas tarifas, afirmou.

As declarações vêm em um momento em que a União Europeia busca concluir um acordo comercial preliminar com os Estados Unidos até 1º de agosto. O objetivo é garantir a manutenção de uma tarifa de 10% enquanto as partes continuam a negociar um pacto definitivo. Dimon foi enfático ao dizer que “um acordo precisa ser fechado” e defendeu a criação de um “arcabouço tarifário” entre os dois blocos econômicos.

Draghi, estagnação europeia e o alerta para a competitividade

Além da questão tarifária, o executivo também comentou sobre a perda de dinamismo da economia europeia. “A UE tem um enorme problema neste momento” em relação à sua competitividade, disse, referindo-se ao baixo crescimento da região. Dimon citou o relatório elaborado em 2023 por Mario Draghi, ex-primeiro-ministro da Itália, como uma base clara para a compreensão dos desafios enfrentados pelo bloco.

“O objetivo deveria ser tornar a Europa mais forte e manter os EUA e a Europa unidos”, declarou Dimon. Ele defendeu a integração total do mercado europeu, com foco na união dos mercados de capitais. “O relatório de Draghi contém tudo. Quando falamos de união dos mercados de capitais, basicamente tudo deveria funcionar como um mercado único. Vai ser difícil fazer isso.”

Possibilidade de alta de juros contraria expectativas do mercado

Jamie Dimon também contrariou as expectativas predominantes entre investidores e analistas sobre a política monetária dos EUA. Ele disse acreditar que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, poderá elevar os juros em breve — ainda que o mercado esteja apostando na direção oposta. “Acho que a possibilidade de essas taxas subirem é maior do que qualquer um pensa”, alertou. “Se o mercado está precificando 20% de chance, estou precificando entre 40% e 50%.”

O receio do Fed em relação à inflação persistente tem mantido a taxa de juros inalterada em 2025, apesar das pressões diretas da Casa Branca. O presidente Donald Trump tem cobrado insistentemente cortes nas taxas. “CORTE OS JUROS, JEROME — AGORA É A HORA!”, escreveu Trump em uma rede social nesta semana, dirigindo-se ao presidente do Fed, Jerome Powell.

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