Grupo Prerrogativas quer investigação sobre papel de Eduardo Bolsonaro em tarifa de Trump contra o Brasil
Entidade pretende acionar liderança do PT na Câmara para apurar se atuação do deputado influenciou sanção dos EUA contra o país
247 - O Grupo Prerrogativas vai sugerir ao Partido dos Trabalhadores que promova, na Câmara dos Deputados, iniciativas para apurar a conduta de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado do mandato desde março de 2025.
A informação foi publicada originalmente pela Folha de S.Paulo. O deputado federal, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, é apontado por integrantes do grupo como um possível elo entre a extrema direita brasileira e a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Eduardo se afastou da Câmara sob a justificativa de atuar, diretamente dos Estados Unidos, na defesa de sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida de Trump, contudo, gerou forte reação do Prerrogativas, coletivo formado por juristas, advogados e acadêmicos do Direito com histórico de atuação contra o bolsonarismo.
O coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho, anunciou que os advogados da entidade irão procurar o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), para avaliar os instrumentos legislativos cabíveis. “É muito importante que as instituições brasileiras reajam e investiguem as circunstâncias da atuação de Eduardo Bolsonaro que possam ter colaborado para esse desfecho”, declarou.
Segundo Marco Aurélio, há um movimento de “sabotagem clara do [ex-presidente Jair] Bolsonaro e do bolsonarismo”, que teria contribuído para o prejuízo à indústria nacional. “Isso compromete pilares do lema deles, 'Deus, Pátria e Liberdade', pois coloca em xeque os interesses do país.”
O advogado afirma ainda que, mesmo mirando adversários, a medida pode ter causado danos ao próprio campo bolsonarista. “Ao tentar influenciar as eleições no Brasil com um tiro na indústria nacional, ele [Trump] acaba dando um tiro no próprio pé e no coração do bolsonarismo, que sempre evocou o nacionalismo como uma de suas mais importantes bandeiras. Deixou os patriotas num beco sem saída”, afirmou.
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