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Deputado alvo da PF em operação sobre emendas informou ao TSE ter tido redução de patrimônio

Júnior Mano declarou à Justiça Eleitoral queda de R$ 1,7 milhão em bens entre 2018 e 2022

Júnior Mano (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)
Redação Brasil 247 avatar
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247 - O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada na última terça-feira (9), declarou à Justiça Eleitoral uma expressiva redução em seu patrimônio entre os anos de 2018 e 2022. As informações são do jornal O Globo.

Na campanha de 2018, quando disputou uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Patriota, Júnior Mano informou possuir R$ 2,1 milhões em bens, incluindo quotas empresariais, aplicações financeiras, terrenos e um apartamento. Já em 2022, ao buscar a reeleição pelo PL, declarou patrimônio de R$ 371 mil — queda superior a R$ 1,7 milhão. Na última declaração, o bem de maior valor foi uma caminhonete Hilux, de 2019, estimada em R$ 311 mil.

A movimentação patrimonial ocorre paralelamente à apuração da PF, que investiga o suposto desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares. A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao parlamentar em Brasília, Fortaleza e outras quatro cidades do Ceará. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas de investigados, entre pessoas físicas e jurídicas. A apuração conta com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).

Em nota, a assessoria do deputado negou qualquer envolvimento em irregularidades: “[Ele] não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos. Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”. A defesa afirmou ainda que, ao final do processo, “sua correção de conduta será reconhecida”.

O inquérito que envolve Júnior Mano tem como base depoimentos de uma ex-prefeita de Canindé (CE), prestados durante a campanha de 2024. Ela relatou ao Ministério Público a existência de um esquema de compra de votos na região, com recursos oriundos de licitações e emendas parlamentares, envolvendo empresas de fachada e laranjas. Segundo a ex-gestora, o grupo operava em conjunto com o deputado.

De acordo com relatório da PF, Júnior Mano teria um “papel central” no suposto esquema de “manipulação de pleitos eleitorais, tanto por meio da compra de votos, quanto pelo direcionamento de recursos públicos desviados de empresas controladas pelo grupo criminoso”.

A organização criminosa seria liderada por Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto do Choró, que venceu a eleição para prefeito no município de Choró (CE), mas não chegou a tomar posse e atualmente está foragido. Em setembro de 2024, quase R$ 600 mil em espécie foram apreendidos com um policial militar ligado ao grupo.

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