Correspondente do Washington Post celebra SUS após ser socorrido em hospital público no Rio
Terrence McCoy relatou ter recebido atendimento completo e gratuito no Brasil, algo que considera impensável nos Estados Unidos
247 - Em artigo publicado no dia 29 de junho no site do The Washington Post, o correspondente Terrence McCoy narrou uma experiência pessoal que o fez repensar os modelos de saúde pública. Durante férias com a esposa e o filho em Paraty, litoral sul do Rio de Janeiro, McCoy sofreu um acidente grave: uma porta de ferro se desprendeu e caiu sobre ele, provocando desmaio e sangramento intenso. O episódio ocorreu de forma repentina, e ele foi imediatamente atendido no Hospital Municipal Hugo Miranda, sem custos.
“Afastei-me cambaleando e agarrei a cabeça, só me dando conta do quanto estava ferido quando puxei a mão e vi que estava coberta de sangue”, relatou ele, de acordo com O Globo. “Caí no chão, gritei por minha esposa e, subitamente tonto, ouvi vozes abafadas começando a gritar para alguém chamar uma ambulância”, destacou;
Mesmo após seis anos vivendo no Brasil, McCoy revelou que, em meio à confusão do acidente, seu pensamento instintivo ainda era moldado por sua origem: “Confesso que um dos meus primeiros pensamentos foi teimosamente americano. Da obscuridade, surgiu com uma clareza repentina: 'Quanto isso vai me custar?'”. A resposta veio após todo o processo de socorro, que incluiu ambulância, exames de imagem, seis pontos na cabeça e atendimento médico: “US$ 0”.
Acostumado a utilizar a rede privada de saúde durante sua permanência no Brasil, McCoy se mostrou surpreso com a eficiência do atendimento público que recebeu. Ao refletir sobre o ocorrido, ele destacou o contraste com o sistema dos Estados Unidos, onde a saúde continua sendo tema de embates legislativos e sociais.
“Em um momento em que a assistência médica continua sendo uma das questões mais controversas em Washington, minha admissão inesperada em um hospital público brasileiro serviu como uma espécie de aprendizado sobre um sistema fundamentalmente diferente”, escreveu. “A saúde é um direito básico no Brasil, consagrado na Constituição. Cada um dos seus 215 milhões de cidadãos, além dos 2 milhões de residentes estrangeiros, tem direito a atendimento gratuito naquele que se tornou o maior sistema público de saúde do mundo.”
Embora tenha exaltado o atendimento prestado e a proposta universal do SUS, McCoy também apresentou uma análise crítica do sistema. O jornalista apontou gargalos estruturais e problemas de financiamento, reconhecendo que a rede enfrenta dificuldades.
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