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Cooperativa que comercializa o arroz orgânico do MST busca investimento de 2 milhões

É possível investir a partir de R$100 reais, captação para Cooperativa Terra Livre está disponível até o próximo dia 7 de julho na plataforma Finapop

Colheita de arroz pelo MST (Foto: Gustavo Marinho)
Redação Brasil 247 avatar
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247 - A Cooperativa Terra Livre está com oferta de investimento na plataforma de Financiamento Popular para Produção de Alimentos Saudáveis (Finapop), para fomentar R$2.080.000,00 em capital de giro para compra de produtos da agricultura familiar camponesa, com o objetivo de garantir a comercialização de alimentos da Reforma Agrária no mercado institucional.

Mais da metade do valor já foi captado, e a oferta está aberta para fomento até o próximo dia 7 de julho, onde é possível aportar valores a partir de R$100,00. O prazo do investimento é de 18 meses, e a rentabilidade é de 11% ao ano. A operação possui um período de carência de 6 meses. O investidor começa a receber os pagamentos de juros e do valor investido a partir do 7º mês após o fim da captação na plataforma, e esses pagamentos seguem do 7º até o 18º mês, totalizando 12 parcelas mensais.

Criada há 17 anos, a Terra Livre é uma das maiores cooperativas da Reforma Agrária no ramo da comercialização no mercado convencional e institucional, dedicada à venda de diversos produtos da agricultura familiar, e tem se especializado no comércio de alimentos orgânicos e agroecológicos. Entre os principais produtos estão o arroz, feijão, sucos de frutas, mel, leite em pó e outros produtos lácteos, mas também açúcar, biscoito, café, cereais, chás e temperos, farinhas, farofa, geleias, molhos, óleos, ovos, entre outros itens.

A Terra Livre possui 900 associados presentes em 5 estados e 47 municípios, e conta com 1500 famílias vinculadas à produção de alimentos. A cooperativa comercializa essa produção em 8 estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Norte; com presença nos mercados convencionais desde feiras, Armazéns do Campo e outros mercados regionais, nacionais e para outros países como Venezuela, Haiti, Alemanha e Espanha. E no mercado institucional, realizando venda direta para programas do governo federal, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além de entregas para a política de formação de estoque público, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).

É por meio do mercado institucional que os alimentos comercializados pela cooperativa chegam a escolas, creches, prefeituras e outras entidades atendidas pelas políticas do governo. Nesse contexto, a responsável pela cooperativa, Sarita dos Santos, enfatiza que a Terra Livre tem um papel importante no enfrentamento à fome e à vulnerabilidade alimentar no país. “A Cooperativa contribui no combate à fome e na insegurança alimentar, comercializando a produção de seus associados e entregando em entidades em situação de vulnerabilidade social, atendidas por programas governamentais”.

Apesar de toda a importância da cooperativa, a Terra Livre ainda tem o desafio de ter acesso de forma desburocratizada a créditos e investimentos agrícolas de longo, médio e curto prazo para apoiar o trabalho e avançar na comercialização, acessando mercados justos em todo o país e no exterior. Além disso, em 2024, a cooperativa enfrentou diversos desafios devido às enchentes no Rio Grande do Sul, que devastou grande parte da produção, comprometeu maquinários, além da perda de estoques.

“A produção primária necessita de um montante significativo de capital de giro para que possamos pagar em dia e a preço justo as famílias que dependem diretamente dessa renda para manter uma vida digna no campo. Existe um período de tempo entre a cooperativa receber a produção, beneficiar e receber o pagamento deste produto. Esse tempo o produtor não consegue esperar para receber o pagamento, aí o acesso ao crédito através do Finapop vai nos ajudar, e possibilitar que a cooperativa continue crescendo e abrindo mais portas para comercialização e potencializando a produção de alimentos saudáveis para a população”, resume Djones Zucolotto, dirigente da Cooperativa Terra Livre.

Nesse sentido, Sarita complementa que o propósito da cooperativa com a busca de investimento de capital de giro pela plataforma do Finapop, está voltada principalmente às famílias agricultoras envolvidas nas produções de arroz orgânico, feijão e frutas. São produções sazonais e que demandam um grande aporte financeiro e o capital de giro é importante para que a cooperativa consiga organizar a comercialização da produção junto ao mercado institucional e convencional ao longo do ano.”

Como investir? - Ao acessar a plataforma no site do Finapop (https://finapop.com.br/), é só clicar no menu do lado esquerdo e selecionar a opção “Como investir”. Lá a pessoa terá acesso a mais informações sobre a remuneração, prazos e as características da atividade produtiva, da cooperativa e famílias que serão beneficiadas pelo investimento. No site da plataforma também é possível tirar dúvidas com a equipe do Finapop, acessando os bate-papo exclusivos.

O Finapop foi criado em 2020, com a intenção de que as pessoas tenham motivos para “Investir com propósito: Investimento sustentável, saudável e seguro”, que tem se tornado uma iniciativa inovadora e essencial na busca de crédito produtivo, com menos burocracia e obstáculos para o avanço da cooperação e produção de alimentos da agricultura familiar. A iniciativa já desenvolveu 127 projetos financiados, atendendo 64 cooperativas e associações da Reforma Agrária, captando mais de R$80.000.000,00 em investimentos.

O propósito da plataforma online é conectar investidores individuais com interesse em investir, a projetos produtivos em territórios de Reforma Agrária, oferecendo uma alternativa concreta ao modelo tradicional de financiamento. O foco principal está no fomento das cooperativas e assentamentos de Reforma Agrária, que se destacam na produção de alimentos saudáveis, na preservação ambiental e na valorização das comunidades rurais.

Dados do Banco Central mostram que a pecuária, um dos setores principais do agronegócio no país, tomou 91,7% dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) em 2024. O que evidencia, em números, a dificuldade que famílias agricultoras encontram na hora de buscar investimentos em bancos para o desenvolvimento de sua produção, uma vez que os créditos do Pronaf têm sido direcionados ao agronegócio convencional, focado para commodities, em detrimento de agricultores familiares e comunidades tradicionais que produzem alimentos saudáveis para garantir soberania alimentar para o Brasil.

“A proposta do Finapop vai além do crédito produtivo, pois busca superar barreiras históricas enfrentadas pelos assentados da Reforma Agrária no acesso aos créditos agrícolas, como a dificuldade de acessar políticas públicas e o preconceito das instituições financeiras em relação à agricultura familiar e à ao sistema agroecológico”, explica o diretor executivo do Finapop, Luis Costa, ao apresentar a iniciativa como uma alternativa ao sistema bancário vigente.

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