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Centrão recua e isola plano de usar anistia como moeda contra tarifas de Trump

A proposta foi defendida pelo senador Flávio Bolsonaro foi rechaçada por líderes do governo e por parlamentares de centrão

Hugo Motta (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

247 - Parlamentares das cúpulas da Câmara e do Senado descartaram a ideia de votar o projeto de anistia a Jair Bolsonaro como estratégia para convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a recuar das tarifas de 50% impostas contra o Brasil. Segundo apuração do G1, aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmaram que o tema da taxação se insere no campo da soberania nacional e deve ser tratado por vias diplomáticas e econômicas, não por acordos políticos.

A proposta de associar a votação da anistia ao tarifaço partiu do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que chegou a dizer publicamente que uma anistia “ampla, geral e irrestrita” poderia ajudar a reverter o chamado tarifaço. A tese, no entanto, foi rechaçada por líderes do governo e por parlamentares de centrão.

Em nota conjunta, Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), reforçaram que qualquer negociação com os EUA deve seguir pelos canais oficiais. Eles descartaram “negociações paralelas” conduzidas por atores políticos, o que exclui a hipótese de utilizar o projeto de anistia como moeda de troca.

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), foi enfático ao dizer que não há qualquer chance de o projeto avançar nesses termos. Segundo ele, condicionar decisões do Judiciário a pressões comerciais internacionais seria “abrir mão da soberania nacional” e ferir a independência dos poderes.

O episódio também foi marcado por uma tentativa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de abrir diálogo direto com os Estados Unidos. Ele se reuniu com Gabriel Escobar, número dois da embaixada americana em Brasília, em um gesto que gerou críticas no Itamaraty. Fontes do governo classificaram o encontro como “inútil” e afirmaram que Tarcísio não tem legitimidade para conduzir negociações diplomáticas.

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