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Embaixador da China prevê ampliação da parceria com o Brasil em sustentabilidade

Zhu Qingqiao destaca sinergia entre Lula e Xi Jinping, celebra papel do Sul Global e reforça apoio à COP 30 em Belém

Embaixador Zhu Qingqiao (Foto: Brasil 247)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Em um discurso repleto de simbolismo geopolítico e ênfase na sustentabilidade, o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, afirmou que a parceria sino-brasileira está entrando em uma “era de ouro”, com destaque para a cooperação nas áreas ambiental, energética e de desenvolvimento tecnológico. A fala ocorreu no seminário “A transição energética e a sustentabilidade do futuro”, realizado no dia 9 de julho, no Rio de Janeiro, promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio do Brasil 247 e do site chinês Guancha.

Diante de representantes de governos, empresas, instituições financeiras e da mídia dos dois países, Zhu afirmou que “o BRICS, como vanguarda do Sul Global, posiciona-se ao lado correto da história” e que China e Brasil são “forças construtivas do desenvolvimento sustentável mundial”. A fala refletiu o fortalecimento das relações bilaterais, em um momento de convergência entre os projetos estratégicos liderados pelos presidentes Lula e Xi Jinping.

BRICS e Sul Global: unidade contra o hegemonismo

Zhu destacou a importância da 17ª Cúpula do BRICS, realizada poucos dias antes no Rio de Janeiro, e criticou as iniciativas unilaterais que fragilizam a ordem internacional. “Alguns países, ao adotarem medidas unilaterais e protecionistas e abandonarem mecanismos multilaterais como o Acordo de Paris, minam a ordem e as regras internacionais e intensificam incertezas”, alertou.

Segundo ele, os países do BRICS desempenham um papel essencial na construção de um mundo mais justo, e os documentos aprovados na cúpula — como a Declaração do Rio de Janeiro, a Declaração-Marco sobre Finanças Climáticas e a Declaração sobre a Governança Global da Inteligência Artificial — refletem esse compromisso.

Sustentabilidade como eixo da cooperação China-Brasil

O embaixador apresentou dados que evidenciam o protagonismo chinês na transição energética. “A China já é o maior investidor em energias renováveis e o maior produtor de equipamentos de energia limpa do mundo”, afirmou. Até abril de 2025, a capacidade instalada de energia solar e eólica ultrapassou 1,5 bilhão de kW, e a cobertura florestal superou 25%. Zhu também mencionou que o sistema chinês de comércio de emissões de carbono registrou 664 milhões de toneladas até junho de 2025.

Quanto ao Brasil, ressaltou a liderança do presidente Lula na agenda verde: “O Brasil tem priorizado energias renováveis em sua industrialização, com avanços positivos em transição energética, agricultura sustentável e proteção da Amazônia”. A complementaridade entre os dois países foi apontada como base sólida para projetos conjuntos.

Cooperação estratégica e acordos concretos

Zhu detalhou os resultados práticos da aproximação entre os dois países, lembrando a visita do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, ao Brasil, e os acordos assinados com Lula. “Na primeira fase, firmamos 21 projetos concretos; nesta segunda fase, celebramos mais 26 projetos de investimento recíproco, abrangendo saúde, energia renovável, indústria, tecnologia e o setor aeroespacial”, explicou.

O diplomata ressaltou ainda que a sinergia estratégica entre as políticas da China e os programas do governo brasileiro — como o PAC e o Nova Indústria Brasil — será decisiva para a modernização econômica sustentável de ambas as nações.

COP 30 e visão compartilhada para o clima

Zhu Qingqiao reafirmou o apoio integral da China à realização da COP 30 em Belém, em novembro deste ano, e defendeu um sistema climático global “justo, equilibrado e cooperativo”. Segundo ele, os princípios de “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” devem nortear as decisões globais.

“Estamos prontos para colaborar com o Brasil e a comunidade internacional no enfrentamento da crise climática”, afirmou, enfatizando o compromisso com os países em desenvolvimento. Ele também lembrou a iniciativa conjunta sino-brasileira na criação do “clube de amigos da paz” nas Nações Unidas, voltado à solução diplomática para o conflito na Ucrânia.

Um novo ciclo de protagonismo bilateral

Encerrando sua intervenção, o embaixador destacou: “Como membros importantes do BRICS e do Sul Global, China e Brasil ingressaram em uma era de ouro de alinhamento estratégico e formação de uma comunidade com futuro compartilhado”.

Com a diplomacia climática e a cooperação econômica no centro da nova fase das relações bilaterais, a parceria entre China e Brasil se consolida como uma alavanca de transformação para um mundo multipolar, sustentável e mais justo. Assista:

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