Trump ataca e não é apenas sobre Bolsonaro
‘Tarifas de 50% são uma retaliação à liderança brasileira no BRICS e à ousadia de regular plataformas digitais. O alvo não é Lula, é a soberania’
Hoje Donald Trump anunciou um pacote brutal de sanções econômicas contra o Brasil, impondo uma taxação de 50% sobre produtos-chave da pauta de exportação nacional. O gesto não foi isolado, nem tampouco reativo a qualquer medida recente de política econômica brasileira. Trata-se de uma retaliação cuidadosamente orquestrada contra duas decisões estratégicas que projetaram o Brasil como ator relevante e desobediente no tabuleiro geopolítico global: sua atuação central na última cúpula do BRICS e a aprovação da nova redação do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que impõe responsabilidade real às plataformas digitais pelo conteúdo que monetizam e promovem.
A taxação é o estopim de uma guerra híbrida declarada. Ela sucede uma sequência de movimentações hostis de Washington que se intensificaram exatamente após o Brasil liderar os debates da cúpula dos BRICS — evento que consolidou o bloco como força geopolítica multipolar, com capacidade de contestar a hegemonia do dólar, desafiar o domínio informacional das Big Techs e estabelecer novas formas de cooperação Sul-Sul. Foi nesse contexto que o governo Lula, respaldado por amplos setores da sociedade civil e por articulações técnicas de peso, levou adiante a mudança no Artigo 19. A decisão transformou o Brasil em um dos primeiros países do mundo a desafiar abertamente o “vale-tudo” da economia da desinformação.
Trump não reage à Lula. Reage à ousadia institucional de um país que ousa querer soberania. Ao contrário do que parte da mídia corporativa e da oposição neoliberal tentam propagar, Bolsonaro é apenas um peão — um canal auxiliar de desestabilização interna. O ataque não é pessoal. É sistêmico.
A ofensiva de Trump é sintoma da nova fase da guerra híbrida. Quando não conseguem mais capturar o Estado por dentro, tentam destruí-lo por fora. A taxação, combinada com ameaças à cooperação tecnológica e pressões diplomáticas sobre o Itamaraty, visa forçar o Brasil a recuar em sua postura altiva e ativa. É uma tentativa de transformar um gesto de soberania em exemplo de punição. A lógica é a do império: ousou ser soberano, pagará caro.
Os ataques vieram poucos dias após a promulgação das novas regras do Marco Civil, algo que Trump ignorava solenemente até então, mesmo com gritos histéricos de figuras como Eduardo Bolsonaro nas redes. O que mudou? O Brasil ousou agir. E agiu em bloco, com os BRICS ao lado, com movimentos sociais em alerta, com juristas, jornalistas, cientistas e ativistas unidos por uma regulação democrática da internet.
O cerco está se fechando, mas o Brasil está em posição de dizer não. E de mostrar ao mundo que soberania não se negocia com tarifa. Se essa é a nova guerra, que saibam: ela já começou. E o Brasil não vai recuar.
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