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Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos especiais do grupo.

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O plano T subiu no telhado

Alinhamento de Tarcísio com Trump e tentativa de proteger Bolsonaro minam capital político e expõem postura anti-brasileira do governador

Tarcísio de Freitas se alinha a interesses estrangeiros enquanto presidente Lula reage em defesa do Brasil (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert/PR)

O gesto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao apoiar o pacote tarifário de Donald Trump contra produtos brasileiros — incluindo a proposta de liberar Jair Bolsonaro para negociar com o presidente dos EUA — causou espanto no Supremo Tribunal Federal e revelou o colapso moral e político de um projeto de poder que tenta sobreviver à custa da submissão nacional. A revelação expôs a desconexão de Tarcísio com os interesses do Brasil e, sobretudo, com a economia paulista, a mais afetada pelas novas sanções comerciais dos EUA.

O episódio reforçou perante a população brasileira a percepção de que Tarcísio governa não para os paulistas, mas para um segmento ideológico que despreza a soberania nacional. A tentativa de convencer o STF a liberar Bolsonaro para uma missão diplomática ilegal escancarou o desespero do governador. Ministros classificaram a proposta como “esdrúxula” e “totalmente fora de propósito”, por violar princípios institucionais da diplomacia e indicar risco de fuga de um réu por tentativa de golpe.

Politicamente, o desgaste é monumental. Tarcísio carrega na testa o estigma de um agente antipatriótico, que defende um ex-presidente investigado, ataca o Judiciário e se alinha a um governo estrangeiro que impôs sanções injustificáveis ao seu próprio estado. O boné vermelho com os dizeres “MAGA”, que o governador usou com orgulho e depois apagou das redes, virou símbolo da humilhação e da ausência de projeto nacional da direita bolsonarista — uma direita burra, colonizada e sem visão estratégica para o país.

A crise provocada pela sobretaxa imposta por Trump desencadeou uma onda de patriotismo no Brasil. O presidente Lula, ao reagir com firmeza e acionar a OMC, ganhou respaldo político e institucional. A retaliação estadunidense fortaleceu a imagem do governo federal diante de empresários, governadores e da população, especialmente em São Paulo. “Não adianta esconder o chapeuzinho do Trump”, ironizou Lula — com razão.

Tarcísio apostava, com o incentivo explícito do mercado financeiro e da mídia corporativa, no desgaste de Lula para viabilizar sua candidatura presidencial em 2026. Agora vê esse plano ruir antes de ganhar tração. Com a economia paulista diretamente atingida pelas tarifas — afetando setores estratégicos como Embraer, suco de laranja, metalurgia, café e carnes —, o governador perde apoio em sua própria base. A crise escancarou o conflito entre sua lealdade ideológica ao bolsonarismo e a responsabilidade de defender os interesses do estado. E ele escolheu o lado errado.

Com gesto anti-nacional e politicamente burro, Tarcísio de Freitas minou sua viabilidade nacional e comprometeu seriamente sua reeleição. A imagem de alguém que se curva a interesses estrangeiros e abandona os setores produtivos do estado é devastadora. O boné de Trump virou, além de símbolo de subserviência, a marca do fracasso. O plano T subiu no telhado — e dali não descerá.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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