Nero 2.0
Com sua reação brutal ao BRICS, Trump demonstrou, mais uma vez, que está contra os interesses legítimos da maioria global
Com sua reação brutal ao BRICS, Trump demonstrou, mais uma vez, que está contra os interesses legítimos da maioria global. É um imperador tresloucado, que ameaça colocar fogo no mundo. Uma espécie de Nero 2.0.
Na realidade, o BRICS não é “antiamericano” ou “antiocidental”. Especialmente sob a presidência brasileira, o BRICS demonstrou que visa apenas contribuir para a geração de uma ordem global mais multipolar, pacífica e simétrica, apoiada no multilateralismo.
O que irritou Trump foi o apoio do BRICS à criação de uma Convenção-Quadro da ONU sobre Tributação Internacional e à condenação de fluxos financeiros ilícitos, evasão fiscal e paraísos fiscais. O grupo declarou seu compromisso com uma reforma tributária progressiva, que fortaleça a justiça social e a transparência — tudo o contrário do que Trump faz e propõe.
Sobretudo, irritou Trump o fato de o BRICS ter firmado entendimento sobre governança de dados com soberania nacional, proteção da privacidade e repartição equitativa dos benefícios da economia de dados. O documento do BRICS reafirma o apoio à infraestrutura digital pública, ao combate ao cibercrime e à ampliação de fintechs soberanas no Sul Global. É óbvio que isso contraria os interesses das Big Techs dos EUA.
Também enfureceu Trump o BRICS, acompanhando a ONU, ter condenado a agressão ao Irã, assim como também, seguindo as manifestações da Corte Internacional de Justiça e do TPI, os crimes de guerra de Netanyahu.
Uma coisa que os países do BRICS não fazem é interferir nos assuntos internos de outras nações e atacar suas instituições, como Trump fez hoje, agredindo a democracia brasileira e sua Justiça.
O Brasil e o grupo não se vergarão às ameaças absurdas do novo Nero.
Quem apoia Trump apoia um agressor do Brasil, da democracia, do multilateralismo e da paz.
É traidor. Simples assim.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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