Celso Amorim, assessor especial de Lula, espera que Trump não passe do ponto
Em primeiro “ataque”, Trump escreveu na rede Truth Social: “O Brasil está fazendo uma coisa terrível em seu tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro"
O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, ao ser questionado sobre se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode escalar com as ameaças contra o Brasil, partindo, inclusive, para algum tipo de sanção, esclarece: “Não seriam sanções. Seriam medidas universais gratuitas”. Amorim completou o comentário dizendo: “Espero que não se chegue a tanto. Seria total arbitrariedade”.
A declaração do assessor foi feita logo em seguida à providência do Itamaraty, de convocar, nesta tarde (09/07), o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, após a embaixada estadunidense emitir nota que endossa a crítica de Trump sobre “perseguição” a Jair Bolsonaro. Desde sua posse, Donald Trump deixou vago o cargo de embaixador no Brasil, enviando para cá apenas o encarregado Gabriel Escobar, que chegou ao nosso país em janeiro deste ano.
O gesto de convocá-lo se deu logo após a divulgação, nesta quarta-feira, da nota da representação diplomática em Brasília, que ecoa acusação de Trump, de que o STF – leia-se Alexandre de Moraes -, faz uma “perseguição vergonhosa” e “desrespeita as tradições democráticas brasileiras” a Bolsonaro”.
Em seu primeiro “ataque”, Trump escreveu na rede Truth Social: “O Brasil está fazendo uma coisa terrível em seu tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”.
O presidente estadunidense afirmou, também, que o Brasil “não vai tolerar” a forma como Bolsonaro e sua família estão sendo tratados, e avisou que vai “acompanhar de perto” o caso.
Em um dos seus posts, Trump diz que Bolsonaro e seus familiares são amigos dos Estados Unidos, deixando margem a interpretações. Além de ter prestado continência para a bandeira dos Estados Unidos, é bom lembrar que em sua primeira visita oficial ao país, Jair foi visitar a sede da CIA, acompanhado do seu então ministro da Justiça, Sergio Moro, numa atitude inédita. Nunca, antes, na história, um presidente brasileiro havia feito esse tipo de visita ao serviço de inteligência estadunidense. Agora, com uma defesa tão enfática por parte de Trump, fazendo ingerências na política do Brasil, num flagrante desrespeito à nossa soberania, a lembrança faz pensar. Tem razão o assessor especial, Celso Amorim, de supor que qualquer passo além dos que já foram dados, seria uma total arbitrariedade.
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