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Argentinos realizam protestos contra arrocho fiscal de Milei

Trabalhadores e aposentados exigem salários dignos e denunciam políticas de Javier Milei

Trabalhadores e aposentados protestam contra políticas de arrocho de Javier Milei (Foto: Prensa Latina )
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247 - A capital argentina viveu nesta quarta-feira uma série de protestos organizados por sindicatos, profissionais da saúde, aposentados e movimentos sociais, em oposição às medidas de austeridade implementadas pelo governo de Javier Milei. As manifestações ocorreram de forma pacífica em diversos pontos de Buenos Aires, apesar da presença ostensiva das forças de segurança.

Os atos tiveram como foco principal o Congresso Nacional, o Ministério da Desregulamentação e Transformação do Estado e o Hospital Infantil Dr. Garrahan. Também houve uma vigília na Ponte Pueyrredón, em memória aos 23 anos do chamado Massacre de Avellaneda, episódio que marcou a repressão a manifestações populares no país.

Mais de 70 sindicatos se uniram em uma frente comum, marchando em direção ao ministério chefiado por Federico Sturzenegger, apontado como um dos principais articuladores da política de corte de gastos do governo. Entre as organizações presentes estavam as federações de transporte, a Central dos Trabalhadores da Argentina (CTA), a CTA Autônoma e entidades representativas de trabalhadores do setor petrolífero e agrícola.

Em comunicado, a Confederação Argentina de Trabalhadores do Transporte conclamou a população a resistir. "Esta Frente de Luta pela Soberania, Trabalho Decente e Salários Justos convoca todos os setores da sociedade a pôr fim a esse abuso e fazer ressoar a voz mais gloriosa do nosso povo: a voz dos trabalhadores", afirmou a entidade.

Para o secretário-geral da CTA Autônoma, Hugo Godoy, o momento exige firmeza e coesão entre as organizações populares. "Apoiamos esta iniciativa porque a resistência e a unidade são essenciais para derrotar esta política de fome e pilhagem", declarou.

No Hospital Infantil Dr. Garrahan, referência nacional na saúde, profissionais de saúde realizaram paralisações acompanhadas de atos públicos. Eles reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Familiares e vizinhos participaram em apoio à mobilização.

Outro destaque foi a Marcha pela Dignidade, protagonizada por aposentados no centro da cidade. Como em todas as quartas-feiras, o ato cobrou respeito e valorização para quem dedicou décadas de trabalho ao país. O protesto contou com o respaldo de sindicatos e de trabalhadores da economia popular.

Apesar do caráter pacífico das manifestações, o governo mobilizou um amplo aparato de segurança. Cercas metálicas, veículos blindados e centenas de policiais bloquearam os acessos ao Congresso Nacional. A barreira policial causou congestionamentos e críticas, já que, segundo relatos locais, o número de agentes superava o de manifestantes idosos que participavam do protesto.

As autoridades justificaram o cerco como forma de garantir a ordem durante audiências parlamentares, entre elas a da Comissão de Inquérito sobre o escândalo das criptomoedas, considerada decisiva para o futuro das investigações.

Mesmo diante da repressão e das dificuldades, as manifestações evidenciaram o descontentamento crescente de diversos setores sociais com o rumo econômico do país e reforçaram o protagonismo das organizações populares na defesa dos direitos e da dignidade dos trabalhadores argentinos.

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